Só serão atendidos acidentes com vítimas e as situações em flagrante
Os policiais rodoviários federais iniciam nesta segunda-feira (20) greve da categoria. De acordo com o diretor de Comunicação da Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal (FenaPRF), Fabiano Viana, a adesão ao movimento será gradual. Dos 24 sindicatos da classe no país, três, do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, já oficializaram a paralisação nesta segunda-feira. Segundo a lei, os policiais devem notificar as autoridades e publicar informe sobre a greve na imprensa, além de esperar 72 horas para dar início ao movimento.
“Os outros sindicatos estão oficializando hoje às autoridades regionais o encaminhamento da proposta de reivindicações e estarão em condição de greve na quinta-feira. A adesão ao movimento é de 100% dos sindicatos”, disse Viana.
Os policiais rodoviários só realizarão atendimento de acidentes com vitimas e em situações de flagrante. Segundo Viana, a orientação “é ficar no posto”. O policial argumenta que o efetivo da corporação é “mínimo”, com média de dois policiais por posto. “Por isso, nosso pessoal vai continuar comparecendo ao serviço”, informou.
Segundo o diretor de comunicação, na quinta-feira também haverá uma reunião da categoria com representantes do Ministério do Planejamento. Os policiais rodoviários reivindicam reajuste salarial, reconhecimento do nível superior para o cargo de policial, pagamento de adicional noturno e insalubridade e reestruturação da carreira. O contigente da PRF atualmente é de 8.999 policiais, dos quais 30% trabalham em funções administrativas por falta de pessoal, de acordo com Viana.
“O cargo de policial rodoviário federal é de nível intermediário. O governo exige nível superior, mas o pagamento não é correspondente”, ressaltou.
Manifestação casada
Viana não descarta a possibilidade de manifestações em conjunto com os servidores da Polícia Federal, que também estão em greve. “No momento, não tem programado, mas pode vir a acontecer”, revelou.
Os policiais federais se reunem na noite desta terça-feira (21) com representantes do Ministério do Planejamento. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Marcos Wink, na quarta-feira (22) será realizada videoconferência com todos os sindicatos da categoria para analisar o resultado do encontro.
“Nossa grande briga é pela a reestruturação da carreira. Queremos consolidar uma lei às atribuições que, de fato, exercermos hoje. A partir daí, sim, vamos falar de questão salarial. Diferentemente dos servidores, nossa briga pode continuar. Podemos suspender a greve nesta quarta-feira (22) e retomar em setembro”, disse Wink.
O presidente da FENAPEF também não descarta manifestações casadas com as da PRF. “Essas manifestações casadas são muito pontuais nos estados. Depende de cada estado, mas temos boa relação com os companheiros da PRF”.
Fonte: Jornal do Brasil