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jun/2012

Rota do forró ainda sem reforço da PRF

Promessa de ampliar efetivo nas estradas que levam a Caruaru, Agreste, não foi cumprida. Os motoristas criticam a falta de barreiras e de mais agentes nos postos.

PRF mantém fiscalização de rotina, apesar do aumento de fluxo de carros em direção ao Agreste - Wenyson Aubiérgio/JC Imagem

O movimento de veículos aumenta nas rodovias do Agreste nessa época  do ano, por causa dos festejos juninos, que têm como principal foco esta  cidade, cortada pelas BRs 232 e 104. Apesar de a Polícia Rodoviária  Federal (PRF) ter anunciado aumento do efetivo e das fiscalizações, quem  passa pelas estradas não vê nada de diferente em relação aos dias  normais. As reclamações são constantes. A reportagem circulou pela  região e não encontrou nada que lembrasse reforço na fiscalização.

A viagem pela BR-232 aconteceu no fim da tarde e início da noite  da última quinta-feira, feriado parcial por causa do Dia de Corpus  Christi, e quando a programação estava perto de começar em Caruaru. No  percurso de ida e volta entre a Capital do Forró e o posto da Polícia  Rodoviária Federal em Gravatá não havia nenhuma blitz ou outro tipo de  fiscalização, além do trabalho normal no posto da PRF.

“Faz muito tempo que a gente não vê um carro da polícia na  BR-232. Tenho uma loja em Bezerros e viajo todo dia, mas não vejo  fiscalização. Nem parece que é São João”, disse o comerciante Laércio  Ferreira de Andrade, 42 anos. Ele lembrou que em anos anteriores havia  equipes de policiais a cada 50 quilômetros.
O policial civil Roberto Magalhães, 51, contou que saiu do Recife no  início da tarde para trabalhar na festa de Caruaru e não encontrou  nenhuma movimentação diferente. “Não tinha blitz nem uso de radar.”

No posto da PRF de Gravatá, um dos agentes informou que não houve  reforço do efetivo na quinta-feira e apenas três policias atuavam no  local. O reforço teria acontecido na quarta-feira, quando, segundo ele, o  fluxo de veículos teria sido maior. O policial acrescentou que o  efetivo também aumenta amanhã, quando as pessoas voltarão para a  capital.

Na BR-104, a situação era ainda pior. A reportagem viajou de  Caruaru até Toritama, na tarde de terça-feira, Dia da Feira da Sulanca, e  também não encontrou fiscalização. No posto da PRF do Juriti, em  Caruaru, não havia nenhum movimento. Um agente informou que não sabia do  reforço nem se haveria blitzes em outros horários.

De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária  Federal, na quinta-feira houve reforço do policiamento no litoral do  Grande Recife. Ontem, esse reforço foi mantido e estendido para Caruaru.  Além do efetivo local, cujos números não são divulgados por questões de  segurança, mais quatro viaturas estão atuando nas rodovias.

ÁREA URBANA – A falta de fiscalização na zona urbana  de Caruaru é motivo de reclamação. A atuação deve ser feita pela  Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (Destra),  que anunciou aumento do efetivo nas ruas durante os festejos juninos. No  percurso pelo Centro, na tarde da última quinta-feira, a reportagem  encontrou apenas dois agentes de trânsito orientando os motoristas em  dois pontos críticos da cidade.

Um deles estava no cruzamento das  Ruas Djalma Dutra com 13 de Maio e o outro, nas proximidades da  prefeitura, onde os agentes já atuam. “Acho que deveria haver mais  blitzes. Aqui, a lei seca não existe, tem muita gente que dirige depois  de beber. Também tem muito mototaxista pirata rodando por aqui. Até  agora, não mudou nada”, disse o mototaxista Severino Barbosa Júnior, 36.

O gerente de trânsito de Caruaru, Sérgio Cardoso, informou que a  Destra está com todo o efetivo nas ruas: 30 durante o dia e 35 à noite.  “Discordo das críticas. Elas são precipitadas. Era preciso citar casos,  como, por exemplo, ocorrências que não foram atendidas.” Ele admitiu, no  entanto, que a situação ainda não é a ideal, principalmente nessa  época, quando o fluxo de veículos chega a ser três vezes maior.

Fonte: Jornal do Comércio

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