O domingo no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Blumenau foi de tristeza para os companheiros de trabalho do inspetor-chefe Evando Marcos Battisti Archer, 45 anos, que morreu sábado à tarde em um acidente na SC-486, em Brusque. Na batida, mais duas pessoas morreram.
Formado em Florianópolis, na turma de 1994, o chefe do posto de Blumenau completaria 18 anos de carreira dia 7 de julho. No domingo à tarde, colegas de profissão se deslocaram de Florianópolis, Rio do Sul, Itapema e outras cidades do Estado para prestar uma última homenagem durante o velório.
Agentes da PRF e da Polícia Militar Rodoviária fizeram um discurso e acompanharam o cortejo rumo ao enterro a bordo de viaturas com a sirene ligada. O sepultamento ocorreu no fim da tarde. Archer morava em Brusque com um casal de filhos e a esposa, com quem era casado há mais de 10 anos.
De segunda a sexta-feira, enfrentava o trânsito a caminho do posto de trabalho, onde permanecia das 8h às 17h. Lotado na 4ª Delegacia, em Rio do Sul, o inspetor chegou a trabalhar seis meses em Joaçaba, no Meio-Oeste.
Há 17 anos, foi transferido para Blumenau, onde, há 11 anos, assumiu o cargo de inspetor-chefe. No posto da PRF, os agentes se perguntavam como seria a segunda-feira – dia em que costumeiramente reviam Archer, que não trabalhava aos finais de semana.
– Estávamos comentando que amanhã (segunda-feira) vai ser um dia estranho sem ter ele aqui, trabalhando conosco. Era um ótimo colega de serviço e bem quisto por todos – revela o policial rodoviário Aparício, que preferiu não dizer o nome completo.
Os quase 18 anos de convívio transformaram um companheiro de trabalho em amigo, revela o policial rodoviário Homero Silva do Amaral, que se formou com Archer. – Foram muitos anos de convívio.
Estivemos juntos nas horas boas e ruins. Em muitos momentos, dividimos os problemas em uma relação mais de amigo do que de companheiros de profissão. Ele era muito alegre, já chegava brincando e fazendo barulho. Além de estar sempre disposto a ajudar – relembra Amaral.
Na última semana, Archer realizou um sonho que almejava há algum tempo: comprar um cavalo. A revelação da conquista foi feita ao amigo Amaral, na quarta-feira, quando também contou que o próximo objetivo era fazer a cavalgada de Santa Paulina.
Na carreira, faltando menos de três anos para se aposentar, lutava por melhores condições de trabalho, se dedicava ao setor administrativo, às manutenções das viaturas e prezava pela união do grupo.
Só reclamava que já não se sentia mais seguro para trabalhar na BR-470 e que os agentes viviam no limite da segurança.
Fonte: Jornal de Santa Catarina