A operação de segurança para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) começa no dia 5 de junho e contará com cerca de 15 mil homens. Serão 8 mil das Forças Armadas, 2,5 mil da Polícia Militar (PM), 1,4 mil da Polícia Federal (PF), 1,4 mil da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mil agentes da Guarda Municipal (GM), 600 homens do Corpo de Bombeiros e um efetivo não divulgado de policiais civis.
As principais vias de acesso serão policiadas pelo Exército e pela Marinha, que poderão utilizar carros blindados, principalmente próximo a túneis e viadutos. O acompanhamento direto das comitivas ficará a cargo da PF e a PM terá a responsabilidade de garantir a segurança nas ruas internas em toda a área do evento.
Serão utilizados 29 helicópteros para monitorar os deslocamentos, três deles com câmeras conectadas ao vivo com o Centro de Coordenação de Operações de Segurança montado na sede do Comando Militar do Leste, que receberá imagens de cerca de 550 câmeras espalhadas hoje por toda a cidade.
Os detalhes foram divulgados hoje (28), durante coletiva de imprensa com as participações do ministro da Defesa, Celso Amorim, do general Adriano Pereira Júnior, comandante militar do Leste, e do coordenador do Comitê Nacional de Organização para a Rio+20, Laudemar Aguiar.
Amorim disse que algumas delegações receberão atenção especial da segurança. “Sempre se faz uma avaliação de risco. Algum país pode representar maior risco do que outro. Naturalmente, aqueles que representarem maior risco terão uma proteção maior, que além de batedores pode chegar a helicópteros nos deslocamentos”, declarou.
As manifestações e os protestos, de acordo com o ministro, serão tolerados e acompanhados. “Manifestação de opinião é algo que nós prezamos muito no regime democrático. Haverá segurança da maneira necessária para garantir que todos estejam se sentindo bem, ao mesmo tempo sem criar nenhum tipo de violência. Isso será tratado com tranquilidade”.
Todas as operações de segurança do evento serão coordenadas pelo comandante militar do Leste. O general Adriano destacou que a Rio+20 terá uma área de atuação quatro vezes maior que da Rio92, quando as manifestações, acampamento da sociedade civil e reuniões de cúpula se restringiram ao Riocentro, na zona oeste da cidade, e ao Aterro do Flamengo, na zona sul. Além dos dois locais, desta vez haverá acampamentos no Sambódromo, no centro, e no Parque da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte. Também ocorrerão eventos paralelos no Parque dos Atletas, em Jacarepaguá, e no Forte de Copacabana.
Os Fuzileiros Navais vão patrulhar o perímetro urbano desde a Base Aérea do Galeão e o Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, na Ilha do Governador, até o Aeroporto Santos Dumont, no centro, onde começa a responsabilidade das tropas do Exército, que fará a segurança até a Barra da Tijuca, incluindo toda a orla da zona sul, região da maior parte dos hotéis que abrigarão as comitivas.
O general disse que não haverá presença de blindados nas áreas próximas a comunidades pobres, como ocorreu na Rio92, quando carros de combate foram apontados para a Favela da Rocinha, então controlada pelo tráfico de drogas. “As comunidades não são fator de risco para os nossos deslocamentos. Não há previsão de ocupar nenhuma comunidade. Vamos interferir o menos possível na vida normal do Rio de Janeiro, que é uma cidade pacificada”, disse o oficial.
Fonte: Agência Brasil