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maio/2013

Segurança de megaeventos é disputada por militares e PF

A 18 dias do início da Copa das Confederações, Forças Armadas e Polícia Federal travam uma disputa pelo controle do órgão que chefiará a segurança pública nos grandes eventos que o país sediará.

Com a saída no início do mês do delegado federal Valdinho Caetano da chefia da Secretaria Extraordinária dos Grandes Eventos, militares pressionam para que o órgão, hoje vinculado ao Ministério da Justiça, seja transferido para a Defesa.

Caso isso não ocorra, há expectativa de que, ao menos, um militar seja indicado para o posto.

A secretaria cuidará, além da Copa das Confederações, de eventos como a Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica, em julho.

Ontem as Forças Armadas realizaram em diferentes pontos do Rio um treinamento para exibir novos equipamentos. Apesar das assessorias dos ministérios da Justiça e da Defesa dizerem há meses que “cada área atua em sinergia”, militares e policiais dizem que isso não acontece, de fato. Pelo contrário.

Anteontem, a Vila Militar, na zona oeste do Rio, foi palco de mais um capítulo da disputa. O local recebeu integrantes das forças de segurança envolvidos nos dois grandes eventos –Copa das Confederações e Jornada. Apenas a PF não mandou representantes no encontro.

Um militar do Exército disse acreditar, ainda no palanque montado para as autoridades, que até o início dos eventos as arestas entre Forças Armadas e Polícia Federal “serão acertadas”.

O general José Alberto Abreu, coordenador da segurança da Jornada Mundial da Juventude, preferiu colocar panos quentes no caso.

“Temos plena confiança de que a Sesge [Secretaria de Grandes Eventos] coordenará bem e que não haverá necessidade de auxílio do Exército”, disse anteontem.

O delegado federal Valdinho Caetano resolveu abandonar o cargo por se sentir desprestigiado. Ele reclamou que todos os investimentos vinham sendo feitos nas Forças Armadas em detrimento da Polícia Federal.

A secretaria, por exemplo, teve verba autorizada de R$ 643 milhões em 2012, mas só desembolsou R$ 105,7 milhões para a aquisição de equipamentos para a PF.

Além disso, integrantes da corporação dizem que o ministro Celso Amorim (Defesa) age nos bastidores para aumentar a influência no governo.

Em uma audiência pública, no Senado, no dia 9, Amorim defendeu a ideia de que um militar ocupe a secretaria de grandes eventos.

Na mesma ocasião, ele lembrou o desejo de que o orçamento das Forças Armadas passe de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2%.

DEMONSTRAÇÃO

Ontem o Exército, a Marinha e a Aeronáutica mostraram os equipamentos obtidos para os eventos.

A Aeronáutica simulou a interceptação de um voo, enquanto a Marinha realizou ações no litoral do Rio.

Em público, nenhum policial comenta, mas nos bastidores eles dizem que a falta de prestígio vem desde a greve da PF no ano passado.

Segundo eles, a forma que o movimento foi conduzido desagradou a presidente Dilma Rousseff.

Fonte: Folha de S. Paulo

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