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out/2012

Seleções suspeitas

O sonho de conseguir uma vaga no funcionalismo público virou dor de cabeça para muitos candidatos Brasil afora. Além das denúncias de fraude, o histórico de suspensões e de cancelamentos de seleções reúne polêmicas que envolvem a desorganização das bancas e as irregularidades nos editais.

Uma das controvérsias mais recentes resultou no adiamento do concurso da Polícia Federal. Os textos que formalizaram a oferta de 600 vagas para os cargos de delegado, escrivão e perito não reservaram as oportunidades para pessoas com deficiência, obrigatórias por lei. Diante de denúncia do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF/DF), o Supremo Tribunal Federal determinou o embargo do certame até a retificação dos três editais.

A seleção para o Senado também está rodeada de polêmicas. A principal delas foi a insuficiência de cadernos de prova para todos os candidatos no dia dos exames, em março. Por causa disso, dos 157,9 mil inscritos, 10 mil tiveram de refazer os testes. Mas esse não foi o único impasse. Desde o início, a idoneidade do concurso foi colocada em xeque, porque uma funcionária do Senado que participava da Comissão Organizadora tentou se inscrever para disputar cargos.

Além disso, a contratação da Fundação Getulio Vargas (FGV) como banca por meio de dispensa de licitação está sendo analisada pelo MPF/DF. A FGV arrecadou R$ 30 milhões com a seleção. O Ministério chegou a registrar 28 tipos de reclamações em relação às provas do Senado. Segundo um levantamento do MPF feito em julho, sete deles estavam sendo investigados e os demais tinham sido arquivados.

Em abril, um concurso da Caixa também deu o que falar, quando envelopes de provas em branco e preenchidas foram encontrados abandonados em um terreno baldio no Guará, dois dias depois do certame. Os cadernos estavam endereçados a uma universidade em Águas Claras. A Cesgranrio informou em nota, à época, que eles teriam sido descartados indevidamente por um fiscal. A Polícia Federal investiga o caso.

Solucionados

Outros concursos mais antigos e denunciados tiveram a investigação concluída este ano. Em fevereiro, o da Polícia Rodoviária Federal, suspenso em 2009 por fraude, foi retomado. A organizadora do certame à época, Funrio, teve que arcar com multa equivalente a 5% do valor das inscrições. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também foi punida e obrigada a devolver, em abril, o valor relativo às inscrições aos candidatos a uma seleção de 2010 cancelada por irregularidades na contratação da banca organizadora.

Fonte: Correio Braziliense

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