A ameaça do ministro da Justiça, de punir os responsáveis pelo cartaz colocado em um posto de estrada fechado do Rio de Janeiro, irritou policiais rodoviários federais. “O governo vende a imagem de preocupação com a segurança pública e quer jogar a sociedade contra o servidor público”, reagiu Fabiano Viana, diretor-secretário do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no DF. Segundo ele, o posto está fechado há mais de dois meses pelo próprio governo. A faixa com os dizeres “passagem livre para tráfico de drogas e armas”, colocada na terça-feira, se refere ao desleixo do Estado com os cidadãos.
“Foi uma esperteza mudar o foco. A responsabilidade não é nossa”, reforçou. A reação foi imediata. A lista de policiais que colocaram os cargos de chefia à disposição, movimento iniciado na terça-feira, engrossou. Ontem, o total de chefes de subchefes que abriam mão das funções subiu para 150 dos cerca de 400, em todo o país. E deve subir mais até amanhã, com a adesão dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro Cavalcanti, o ato simbólico de entregar as insígnias se espalhou pela Bahia, Distrito Federal, Pará e Amapá, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiânia.
Fonte: Correio Braziliense