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dez/2013

Sucateamento e fechamento de postos da PRF chama atenção da mídia

Abandonado e depredado, posto na BR-356, em Pirapora, deveria garantir segurança, mas causa medo | Matéria veiculada em 12/09/2013 no site do jornal Estado de Minas

Durante a semana de realização da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), promovida pela Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), veículos de comunicação Nacional e do Distrito Federal apresentaram matérias que reforçaram o debate acerca do abandono e fechamento dos postos da Polícia Rodoviária Federal. O assunto foi um dos temas discutidos pelo Conselho de Representantes da FenaPRF, durante deliberação sobre o novo modelo de reestruturação do Departamento de Polícia Rodoviária Federal – DPRF, elaborado pela direção geral do órgão. Na AGE, os representantes sindicais reprovaram a política de fechamento de postos que vem sendo praticada em todo o país pela direção do DPRF.

No dia 10 de dezembro, o telejornal DFTV, programa local da rede Globo, enfatizou os problemas no atendimento à comunidade nas rodovias da capital do País. As imagens denunciam sistemas de consulta inoperantes, carros depenados por ladrões dentro dos pátios de recolhimento de veículos apreendidos e até goteiras da chuva que caiam sobre os equipamentos de um posto.

A reportagem também apresentou um relatório de plantão que aponta casos em que os policiais não conseguem fazer serviços básicos por causa de rádios de viaturas sem funcionamento e telefones mudos, o que prejudica a fiscalização.

No vídeo, o jornalista Fred Ferreira entrevistou o presidente do Sindicato dos PRFs no Distrito Federal (SINPRF/DF), Reni Rocha, que reclamou da falta de condições de trabalho. “Hoje, os postos da Polícia Rodoviária Federal no DF estão sucateados, não têm nem condições de suportar o policial que precisa dele para trabalhar”, afirmou.

Em resposta, o superintendente da PRF no DF, Fernando Pereira, explicou que, em 60 dias, os postos serão cercados e iluminados e que uma empresa vai ser contratada para recolher e leiloar os veículos apreendidos. “Só assim, depois de cercado todos os pátios, é que a gente vai poder prestar um serviço de melhor qualidade para a sociedade. Podendo fazer as apreensões rotineiras de veículos nas rodovias federais do Distrito Federal”, prometeu.

No telejornal “Bom dia Brasil”, também da rede Globo, que foi ao ar no dia 11 de dezembro, os jornalistas Giulliana Morrone e Fred Ferreira mostraram o abandono dos postos da PRF. As imagens mostraram postos desativados em diversas regiões do País: os postos dos municípios de Xinguara e Redenção, no Pará, e a BR-158, perto de Altamira, que, não tem nenhum posto ativado em 350 quilômetros de rodovia. “O estado do Piauí também sofre com a falta de unidades operacionais da Polícia Rodoviária Federal. São apenas nove em três mil quilômetros de rodovias”, disse o jornalista Fred Ferreira.

Nesta reportagem, o superintendente prometeu que os cinco postos do Distrito Federal vão ser reformados. Fernando Pereira informou que, em uma semana, uma empresa terceirizada começará as obras. “Para trazer mais qualidade à prestação do serviço público e ao próprio policial que, hoje, trabalha em condições inadequadas”, admitiu.

Em resposta à notícia, a assessoria da Polícia Rodoviária Federal explicou que “o caso do Distrito Federal é pontual e há uma série de investimentos sendo feitos, como a substituição dos sistemas de consultas criminais e infrações de trânsito”.

O âncora do telejornal matutino, Rodrigo Bocardi, finalizou dizendo que, por enquanto, essa informação da PRF é “um mundo de faz de conta”. “A gente acabou de ver as imagens desses postos, dessa situação, e vê o governo federal oferecendo ao Rio de Janeiro ajuda de policiais rodoviários de São Paulo e também do Espírito Santo para combater os saques aqui. Mas de que jeito, cadê?”, questionou o jornalista.

O problema de furto de veículos nos pátios da PRF no Distrito Federal não é novidade. No início de 2013, o programa Balanço Geral DF da rede Record mostrou problemas de furtos de veículos por falta de infraestrutura.

O presidente do SINPRF/DF, Reni Rocha, informou à Agência FenaPRF que, por causa da falta de infraestrutura e condições de trabalho, o Sindicato já tinha denunciado estas situações, ainda no mês de setembro de 2013. O Sindicato solicitou providências para os problemas reclamados ao superintendente da PRF no DF, à direção geral do DPRF, e também ao Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal. “É claro que o cidadão merece respeito e tratamento adequado dos órgãos públicos, mas para isso, o Estado precisa fornecer todos os meios e condições para o servidor público desempenhar o seu papel. É um absurdo a PRF no DF ter apenas um guincho para atender todas as rodovias federais do DF”, destacou.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais – FenaPRF e seus vinte e quatro sindicatos estaduais reclamam que o DPRF, ao invés de exigir dos Ministérios do Planejamento e da Justiça mais policiais e concurso para o quadro de servidores administrativos da PRF, vem adotando a estratégia de fechamento de postos. “Isto vem ocorrendo em vários estados. De norte a sul do país, o Departamento [de Polícia Rodoviária Federal] está fechando postos de fiscalização o que prejudica o atendimento ao cidadão. Somente em Pernambuco, na região metropolitana de Recife, 6 postos e duas delegacias foram fechados de 2011 para cá ”, reclamou Pedro Cavalcanti, presidente da FenaPRF.

“Não é de hoje que o sistema sindical vem criticando e lutando contra o fechamento e sucateamento dos postos de fiscalização da PRF. Outro grave problema, é o pífio efetivo de policiais rodoviários federais para atender as demandas da sociedade ao longo dos 70 mil quilômetros de rodovias federais do país”, acrescentou Cavalcanti.


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