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ago/2012

Deputado pede que presidenta negocie com a PF e PRF

Deputado federal Valtenir Pereira (PSB-MT)

Nesta quarta-feira, 22, o deputado federal Valtenir Pereira (PSB-MT) levou a greve dos servidores da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal para tribuna da Câmara dos deputados. Mais uma vez o parlamentar pede à presidenta Dilma para negociar com as categorias em greve.

O deputado argumenta que a Polícia Federal representa uma das instituições mais fortes do Estado Democrático de Direito. “Num país como o Brasil, onde somente os pobres são presos, a Polícia Federal tem mudado esse quadro e colocado muita gente “fina” na cadeia”.

A greve da PF e PRF não versa apenas sobre salários, mas também sobre a estruturação e fortalecimento da instituição. Valtenir alerta que essas instituições necessitam ter um quadro de pessoal composto por pessoas qualificadas e bem remuneradas. “Não podemos permitir que fragilizem essa instituição”.

Confira abaixo a íntegra do discurso:

Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas e servidores desta Casa.

O Estado Democrático de Direito pressupõe a existência de instituições fortes.

As instituições, para serem fortes, necessitam ter um quadro de pessoal composto por pessoas qualificadas e bem remuneradas.

A Polícia Federal é uma dessas instituições.

Num país onde somente os pobres são presos, a Polícia Federal tem quebrado esse paradigma. Ela tem colocado muita gente “fina” na cadeia.

Todavia, ao que parece querem fragilizar essa importante instituição.

A greve dos policiais federais, ai incluída a gloriosa polícia rodoviária federal, é sintoma de que algo vai mal no “reino” do bom senso.

Se olharmos com cuidado vamos verificar que a greve não versa apenas sobre “salários”, mas enfeixa a estruturação e o fortalecimento da própria instituição.

Não dá para continuar prestando serviços de tamanha responsabilidade social com falta de condições estruturais e, sobretudo, de pessoal.

Notícias dão conta de que são necessários criar cerca de 2 mil novos cargos na polícia federal. O concurso já existe. Basta absorver os aprovados. Com a palavra o Ministério da Justiça!

Em verdade, a inabilidade da equipe econômica da Presidenta Dilma tem provocado uma avalanche de movimentos paredistas. Dezenas de órgãos públicos estão em greve. Um efeito dominó está em marcha.

Ontem, o judiciário federal, as universidades federais, o INCRA e o IBGE. Hoje, a polícia federal e a polícia rodoviária federal. E amanhã? Todos os órgãos?

Se continuar desse jeito daqui a pouco o Brasil vai literalmente parar. E ai? Quem se responsabilizará por isso?

Há poucos dias fiz constar em discurso na tribuna da Câmara que o Governo precisava urgentemente negociar. Que essa era a palavra “mágica” que faltava à equipe econômica da Presidenta Dilma.

Todavia, coincidência ou não, uma “luz” no fim do túnel se acendeu.

O Governo Federal agendou reuniões para negociar com os servidores federais em greve. Segundo notícias veiculadas na mídia, será discutida a equiparação salarial de 18 categorias com os vencimentos do Executivo contemplados pela Lei 12.777/2010. Também serão temas das reuniões as reivindicações dos servidores do INCRA e do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Vamos esperar para ver e crer!

Ao que parece, a Presidenta Dilma decidiu ouvir o clamor das categorias e porque não dizer da sociedade e do próprio Congresso Nacional. Foi ela, segundo consta, quem determinou à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, ao Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams e também à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que falassem com as diversas categorias e que buscassem brechas no Orçamento de 2013 para oferecer reajuste aos grevistas.

Presidenta Dilma: se lá atrás pedi a Vossa Excelência que refletisse e que escutasse o clamor dos servidores. Agora, peço que Vossa Excelência tome as rédeas do processo. Que busque uma solução consensuada o mais rápido possível. Que ouça os seus ministros sem descurar das justas reivindicações dos funcionários, aqui incluídos os policiais federais e os policiais rodoviários federais.

Afinal, um país “parado” e instituições frágeis não interessam a ninguém. Ou interessa?

Senhor Presidente, muito obrigado e solicito a Vossa Excelência a ampla divulgação nos meios de comunicação desta Casa.

Fonte: Fenapef

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