Os trabalhadores rurais sem-terra dos movimentos de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Terra Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento dos Sem Terra (MST) bloquearam o acesso a BR-316 – um dos acessos à cidade de Marechal Deodoro (25 km de Maceió) – onde a presidente Dilma Rousseff inaugura a maior fábrica de PVC da América Latina, da Braskem.
Diversas autoridades reclamam que estão impedidas de passar para a inauguração da fábrica. A Polícia Militar e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados para o desbloqueio. O clima é de tensão porque os seguranças das autoridades estão de armas em punho e bombas de efeito moral foram jogadas em direção aos sem-terra, que reagiram. Os sem-terra jogaram objetos em direção aos carros das autoridades.
“A determinação é que ficássemos a 300 m, atiraram na gente. O governo tem que aceitar as pressões e os conflitos, é uma democracia”, disse o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Carlos Lima.
“As manifestações são legítimas, a presidente tem que olhar a classe trabalhadora porque isso sempre foi um eixo do PT. Mas, ninguém pode ferir a democracia”, afirmou o deputado estadual Judson Cabral (PT).
“Isso é terrível. São protestos de nada sobre nada. Cabe ao governo acionar os órgãos de segurança para desobstruir a estrada. É desrespeito, tem que desobstruir mesmo. Isso é falta de respeito ao direito de ir e vir”, disse o senador Benedito de Lira (PP). Na opinião do parlamentar, há muita parcimônia em relação aos sem-terra. “Queimam pneus na estrada. A Constituição só existe para eles”, desabafou.
Entre as autoridades “presas” no bloqueio, além de Benedito, estão o senador Renan Calheiros (PMDB), o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, e os desembargadores Sebastião Costa e Nelma Padilha.
“Estamos tentando ao menos ter o respeito às autoridades constituídas. Não estamos eliminando os direitos dos sem-terra, mas a liberdade está sendo cerceada. Nem a Dilma, que é líder maior do PT, quer a aproximação deles”, disse Nelma Padilha.
Representantes de sindicatos dos servidores federais, como Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e outras entidades sindicais também protestam em Marechal Deodoro.
Fonte: Terra