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maio/2012

Custo da corrupção no Brasil é de R$ 83 bilhões

3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado

O papel da sociedade civil no combate à corrupção é imprescindível.

O custo da corrupção para o desenvolvimento do Brasil é de R$ 83 bilhões por ano, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Além do rombo financeiro que causa aos cofres públicos, a corrupção diminui o poder de investimento e, portanto, o crescimento do Brasil. “No mínimo, ela distorce o ambiente competitivo. Uma empresa que trabalha na legalidade não consegue competir com outra que adota posturas contrárias”, afirmou o gerente executivo da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para o relacionamento com o poder executivo, Pablo Cesário. Ele falou discutiu o tema durante o primeiro dia da 3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado, que acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Segundo Cesário, o papel da sociedade civil no combate à corrupção é imprescindível. No âmbito da CNI, a maior dificuldade é o acompanhamento de ilegalidades no Estado. “Esse trabalho não pode ser apenas da Confederação, mas de toda a sociedade civil organizada. É preciso criar mecanismos confiáveis de que as denúncias de corrupção sejam investigadas e os responsáveis sejam punidos”, apontou.  Nesse sentido, segundo o cientista político, a imprensa e a valorização das carreiras públicas têm papel primordial. “A imprensa divulga e precisa continuar divulgando os casos de corrupção. Os  servidores públicos, por sua vez, precisam ser mais valorizados”, completou.

População

Pesquisa recente da Secretaria Nacional da Justiça, divulgada durante a Conferência, demonstrou qual a percepção dos brasileiros em relação à corrupção. De acordo com Ricardo Andrade Saadi, diretor do departamento de recuperação de ativos e cooperação juridico da Secretaria, 73% dos entrevistados classificaram como “graves” os casos apresentados. “Grande parte da população, apesar de achar que é muito grave, pouco faz pra mudar essa realidade. A questão é que violência urbana eles sentem na pele. Recursos públicos desviados não são sentidos tão diretamente”, afirmou.

Atualmente, o combate à corrupção por parte do Estado não se faz mais com prisões, afirma Saadi, já que, em geral, elas são facilmente anuladas pelas “brechas” existentes no código penal. “Faz-se por meio da retirada do combustível financeiro e grande parte dele está no exterior”. De 2003 pra cá, para ter ideia, foram bloque

ados mais de US$ 2 bilhões de recursos desviados ilegalmente. “O Brasil trouxe de volta menos de US$ 5 bilhões. Essa diferença se dá porque os países que mantem o dinheiro bloqueado só o liberam quando há decisão final no Brasil. Por isso é preciso acelerar esses processos e diminuir a burocracia nesse país, se não o trabalho é em vão”, finalizou.

A 3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado continua nesta quarta-feira (16). Os interessados em participar do evento precisam, apenas, se dirigir ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães e efetuar suas inscrições, gratuitamente. Os resultados dos debates serão compilados em uma “Carta de Brasília”, que será apresentada ao fim do evento. Posteriormente, o documento será entregue ao parlamento nacional.

Fonte: Fonacate

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