Um grupo de policiais rodoviários federais em greve fazia um protesto na tarde desta sexta-feira na frente da sede da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na via Dutra, na zona norte de São Paulo. Apesar da manifestação, o grupo afirma que não bloqueará o tráfego na rodovia.
Desde segunda-feira (20), policiais rodoviários federais de outros Estados começaram a fazer suas paralisações. Ontem, a categoria se reuniu com o Ministério do Planejamento, mas nenhum acordo foi feito. O limite orçamentário do governo é de aumento de 15,8%, diluídos nos próximos três anos.
Em São Paulo, o SinPRF-SP (Sindicato dos policiais rodoviários federais de SP) afirma que haverá apitaço na tarde de hoje na frente da sede da PRF, mas não haverá operação-padrão, que foi proibida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Durante a paralisação, só 30% do efetivo vai trabalhar, priorizando o atendimento de acidentes. Há, porém, orientação para que as multas sejam aplicadas.
Além da via Dutra, outras rodovias federais afetadas em São Paulo durante a paralisação serão a Régis Bittencourt e a Fernão Dias.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse ontem que não haverá tolerância diante de “abuso de direito de greve”, e não descartou a demissão em casos extremos.
“Em situações que qualifiquem só infração funcional, serão tomadas as medidas disciplinares cabíveis, proporcionais à infração, que podem chegar até à demissão do servidor”, disse Cardozo.
SERVIDORES
O movimento grevista dos servidores públicos afeta, em potencial, mais de 60% do quadro de trabalhadores do Poder Executivo federal, segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).
Ainda que a adesão não seja total, as carreiras mais numerosas que participam da paralisação somam 354 mil funcionários, para um total de 573 mil trabalhadores em atividade na administração direta, autarquias e fundações.
O último balanço da confederação aponta que mais de 40 categorias entraram em greve.
Desde o início de março, quando começou a campanha salarial desde ano, mais de 180 reuniões foram feiras entre governo e servidores. Para esta semana, foram agendados mais 23 encontros com várias categorias de servidores.
Fonte: Folha de S. Paulo