Se não houver acordo, detentores de funções gratificadas prometem entregar os cargos
Em greve desde segunda-feira (20), policiais rodoviários federais decidiram, nesta terça, atender apenas ocorrências de urgência e emergência em rodovias mineiras. Em casos de acidentes sem vítima, o condutor terá que procurar um posto da Polícia Rodoviária Federal mais próximo. Nesta semana, a categoria se reúne com o Governo para tentar chegar a um acordo. Caso não haja evolução nas negociações, detentores de funções gratificadas prometem entregar os cargos.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Minas Gerais (SINDPRF-MG), Maria Inês, “não haverá diminuição do número de policiais nas estradas, visto que, o número de efetivo já é inferior às necessidades da malha rodoviária no Estado”. Ainda segundo ela, enquanto durar a greve, não serão feitos escoltas de cargas, entrega de boletins de ocorrência nem extrato de multas.
Na próxima quinta-feira (23), representantes do sindicato se reúnem com integrantes do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão para tentar chegar a um acordo. Caso não haja consenso, os policiais federais detentores de funções gratificadas prometem entregar os cargos na sexta-feira (24), às 13h, na Sede da 4ª Superintendência Regional da PRF, no bairro Cidade Industrial, em Contagem, na região metropolitana.
Reivindicações
A categoria reivindica a realização de concurso público para cargos administrativos, bem como para aumento do efetivo. Segundo a categoria, são 800 policiais para 6.500 kms de rodovias, o que equivale a 0,12 policial por km. Há regiões críticas, onde deveria ter mais policiamento, como Montes Claros, por exemplo, que tem que atender ocorrência a uma distância de 230 km. Ou seja, 460 km somente para um atendimento.
Os policiais pedem ainda tratamento igualitário com as demais carreiras típicas do Estado, reconhecimento da carreira como de nível superior; recebimento do adicional noturno, insalubridade e periculosidade, além de reestruturação do órgão. “Não temos guinchos, máquinas para desobstruir pistas, pátio para recolhimento de veículos apreendidos, comunicação (rádio) e informática ineficientes, postos com iluminação externa precária, infiltração, parte elétrica exposta, entre outras”, afirma Maria Inês.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas pela categoria, os policiais rodoviários de todo o Brasil apreenderam, em 2011, 14 toneladas de drogas (cocaína/crack e maconha); 1.432 armas, 70.217 munições; detiveram 28.593 pessoas e fiscalizaram mais de cinco milhões de veículos.
Fonte: O Tempo