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set/2014

Exclusivo: agentes vão botar, quarta-feira, 16 caixões defronte a Ministério da Justiça

16 suicídios ocorreram na Polícia Federal nos últimos 3 anos.

Nesta quarta-feira, Brasília deve testemunhar um protesto único. Agentes e escrivães da Polícia Federal planejam instalar 16 caixões defronte ao Ministério da Justiça. É um protesto contra os 16 suicídios ocorridos na instituição nos últimos 3 anos.

O último suicídio ocorreu nesta sábado, 30 de agosto. Um agente se enforcou em sua residência, em Aracaju, Sergipe – um local tido como um paraíso de excelência para que um policial federal trabalhe.

O agente estava sob tratamento psicológico. “Mas tudo o que a PF fez foi apenas lhe tirar a arma e não dar o acompanhamento devido”, disse a este blog  Luiz Boudens, da Federação Nacional dos Policiais Federais.

Nos últimos 3 anos ocorreram na PF 29 mortes: 16 delas por suicídio e 6 por acidente de automóvel. Numa pesquisa dos federais, num universo de 11 mil policiais, entre 2 mil entrevistados, 30% tomam algum tipo de medicamento para poder aguentar psicologicamente a situação.

No dia 13 de junho passado este blog denunciou que  uso político da Polícia Federal por parte do governo tem feito os agentes baterem recorde histórico de suicídios e afastamentos da instituição por problemas psicológicos e assédio moral.

Na última semana de junho, mais dois casos ocorreram: o de um agente de São Paulo e, nesta quinta-feira, em Campo Grande, o suicídio de um delegado federal.

Enquanto isso, o governo tenta contornar a situação politicamente.

A comissão mista destinada a dar parecer à Medida Provisória (MP) 650/2014 retoma, nesta terça-feira (2), o debate sobre a reestruturação das carreiras da Polícia Federal. A medida também prevê reajuste salarial para agentes, escrivães e papiloscopistas e determina que todos os cargos da carreira passem a ser de nível superior, além de tornar explícito que os concursos podem ser de provas ou de provas e títulos.

Foram apresentadas 42 emendas à matéria a ser relatada pelo senador José Pimentel (PT-CE). Delegados da Polícia Federal são contrários à reestruturação de carreiras por meio de medida provisória. O presidente da comissão, deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), afirmou que esse impasse pode ser resolvido dentro da própria Polícia Federal.

Senadores e deputados discutiram o assunto em audiência pública no dia 6 de agosto com representantes do governo, de sindicatos e de associações.

A reunião será na sala 6 da ala Nilo Coelho, às 14h30. Depois de passar pela comissão mista, a MP 650/2014 deverá ser votada nos Plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

Fonte: Blog do Claudio Tognolli

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