Sonho para muitos concurseiros, a carreira pública nem sempre é um mar de rosas para quem já está dentro dela. Falta de condições de trabalho, salários baixos, atividades estagnadas e salários maiores na iniciativa privada são alguns exemplos que motivam o servidor a pedir para sair dos quadros de pessoal dos órgãos públicos.
Exemplo recente é do ex-segundo sargento Pacelli, que pediu baixa em setembro deste ano do 62º Batalhão de Infantaria e do Exército Brasileiro. A cerimônia de desligamento aconteceu na quinta-feira, quando depois de 12 anos de serviço militar, ele se tornou o civil Eugênio Pacelli Paz Vieira da Costa.
Em sua carta de demissão, ele deixou claro que não sofre de tipo de desvio de vocação, principalmente, por ser filho de militar e ter estudado no Colégio da Polícia Militar de Pernambuco. Segundo Pacelli, o desligamento tem motivação financeira, “tendo em vista a crise salarial que assola a massa de oficiais e sargentos e a falta de perspectiva profissional já atingiram até a Academia das Agulhas”.
Pacelli se formou em Direito e vai ser sócio de escritório: “De imediato, terei remuneração superior ao que recebia como militar”.
Desmotivado com o antigo trabalho, Luís Guilherme Tavares do Amaral, 52 anos, atuou por 23 anos como técnico judiciário federal, e viu no recebimento de herança familiar a chance de mudar: “Foi o presente de aniversário de 50 anos. Meu desligamento saiu em 1º de janeiro de 2010. Estava aborrecido com o trabalho e acabei tendo essa alternativa”.
Na época, amigos o chamaram de maluco, mas ele não desistiu. “O dinheiro está acabando e já estou fazendo curso de corretor de imóveis”.
É comum buscar outras áreas
O diretor do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Estado do Rio (Sisejufe) Roberto Ponciano explicou que é comum os servidores saírem da Justiça Federal para áreas como Auditoria da Receita Federal ou Tribunal de Contas da União: “A desmotivação é grande, mas nem todos têm a chance de sair quando realmente desejam”, diz.
Secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa afirmou que muitos profissionais de Tecnologia têm migrado para o setor privado. “Além de receber mais, eles têm direito à hora-extra e ao adicional noturno, por exemplo. O que é mais atrativo”, explica.
Fonte: O dia