A FenaPRF se reuniu com o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Martin Hahn, para levar informações acerca da realidade dos policiais brasileiros à entidade que faz defesa dos trabalhadores em todo o mundo.
Deolindo Carniel, presidente da FenaPRF, abriu a reunião informando ao diretor da Organização o elevado número de mortes de policiais brasileiros em trabalho ou decorrência da profissão. “São mais de 600 policiais mortos por ano no Brasil. Apesar desse dado alarmante, na reforma da previdência fomos comparados aos trabalhadores civis ao invés dos militares, apesar da atividade ser mais próxima dos militares”, contou.
O diretor jurídico da Federação dos PRFs, Marcelo Azevedo, deu um relato pessoal sobre a situação da violência contra operadores de segurança pública. “No curso em que me formei policial, um dos colegas, ainda em curso de formação, sofreu um assalto, o bandido viu o crachá dele de acesso à academia e o assassinou apenas pelo fato de supor que ele era policial”, disse.
Outro ponto destacado pelos representantes da FenaPRF foi sobre a saúde dos policiais no Brasil. De acordo com dados divulgados em maio de 2019, o suicídio de policiais teve aumento em 140% no último ano, além do alto índice de servidores policiais que estão afastados por diversos problemas de saúde.
Foi solicitado pelo diretor da OIT, o estudo de expectativa de vida realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) por pedido dos sistemas sindicais de policais rodoviários federais, policiais federais e policiais civis do DF. Além deste documento, Martin Hahn também pediu o envio da pesquisa de imagem que a sociedade tem da Polícia Rodoviária Federal, feito pelo Instituto Guimarães por encomenda da FenaPRF e SinPRFs.
O representante da Organização Internacional do Trabalho quer analisar melhor o contexto em que estão inseridos os policiais brasileiros no mercado de trabalho e afirmou que a organização estudará formas de ajudar as categorias. “Vamos entender a melhor forma de ajudar vocês a conversarem com o chefe de vocês, o Governo. Eles precisam ouvi-los”, afirmou Hahn.