A FenaPRF se reuniu com o Subprocurador-Geral da República, Dr. Domingos Sávio Dresch, na última quinta-feira (10), para denunciar a morosidade da justiça do Estado de Roraima no julgamento e investigação do assassinato do PRF Ivo Seixas, em Boa Vista/RR, ocorrido em abril de 2018.
O presidente da FenaPRF, Deolindo Carniel, trouxe as informações dos fatos ao vice-procurador da República e responsável pela Câmara de Coordenação de Revisão do Ministério Público. “O Ivo estava em Boa Vista para pedir a namorada em casamento e foi assassinado por policiais civis no quarto do hotel. Foi provado, depois da Operação Farsa, da Polícia Federal, que ele não fazia parte da quadrilha que a polícia civil investigava e que o delegado que comandou a operação tentou macular sua imagem, para livrar sua equipe da responsabilização pelo crime cometido“, afirmou.
Carniel solicitou apoio do procurador para que o processo tenha andamento e os culpados sejam punidos. “O delegado responsável pela operação catastrófica havia sido nomeado para um cargo de direção na Polícia Civil pelo Governo do Estado. Após fazermos manifestações de repúdio ele pediu exoneração mas foi nomeado em outro cargo diretivo apenas seis dias depois”, explicou o presidente da FenaPRF.
Receptivo à pauta, Sávio Dresch passou algumas orientações que o sistema sindical dos PRFs poderá fazer para que o tema ganhe celeridade no judiciário. “Preciso que vocês me enviem todas as informações que tiverem sobre o caso para que analisemos a forma da Procuradoria Geral da República (PGR) trabalhar uma movimentação no processo”, explicou o Subprocurador-Geral da República.
Além do Presidente, Deolindo Carniel, também estiveram presentes no encontro, o secretário executivo da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR, João Rosito, e os diretores jurídicos da FenaPRF, Marcelo Azevedo e Tiago Arruda.
Entenda o caso
O policial rodoviário federal lotado em Manaus, Ivo Seixas, estava em Boa Vista/RR em abril de 2018 para visitar a namorada com o intuito de pedi-la em casamento quando foi surpreendido por policiais civis armados em seu quarto de hotel.
As informações do caso dão conta que os policiais entraram atirando e mataram Ivo na hora. O PRF foi acusado, nas redes sociais da Polícia Civil de Roraima, de fazer parte de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Após operação da Polícia Federal, foi provado que Ivo não era parte do grupo criminoso e que foi assassinado por engano pelos policiais que participavam da operação. Para tentar encobrir o erro, a equipe policial chefiada pelo Delegado Paulo Henrique Tomaz Moreira havia tentado incriminar o PRF morto, acusando-o de ser membro da quadrilha investigada.
Após investigação da Polícia Federal, o delegado e os agentes policiais civis responsáveis pela operação criminosa foram presos, mas atualmente respondem ao processo judicial em liberdade. Em janeiro de 2019, o mesmo delegado foi nomeado como diretor do Departamento de Operações Especiais (Dopes) da Polícia Civil, o que provocou a revolta não apenas dos familiares do PRF assassinado, como também de todos os PRFs e demais operadores de segurança pública.