Dois frentistas de um posto na Rua Alfredo Pujol, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, foram detidos por volta das 8h desta quarta-feira (7) por aumento abusivo do preço dos combustíveis, segundo a PM. Essas prisões foram as primeiras desde segunda (5), quando caminhoneiros deixaram de levar combustível a postos em represália às medidas de restrição de circulação desses veículos na capital paulista. Como reflexo, nesta manhã os motoristas encontravam fila, preço alto e postos fechados ao tentar abastecer.
De acordo com o cabo Marcelo da Costa, do 9º Batalhão da PM, uma equipe do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) foi ao local depois de receber uma denúncia. O gerente do posto não estava no momento. Dos três frentistas que estavam no posto, dois foram detidos. A sala de imprensa da PM, no entanto, às 11h confirmava apenas uma prisão. No local, a gasolina comum era vendida na manhã desta quarta a R$ 4,49, a aditivada a R$ 4,99, e o etanol e o diesel a R$ 2,49. Segundo motoristas que circulam pela região, o preço da gasolina comum antes do boicote dos caminhoneiros era R$ 2,69. Os preços começaram a aumentar na tarde desta terça-feira, quando subiu para R$ 3,50.
De acordo com o site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média da gasolina cobrada no estado de São Paulo é de R$ 2,62 o litro para o consumidor e de R$ 2,228 o litro para a distribuidora.
Nesta manhã, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon) apurava 27 denúncias de aumento abusivo de preços de combustíveis na capital paulista por conta do boicote dos motoristas de caminhão contra a restrição da circulação destes veículos na Marginal Tietê e em outras vias do município. Segundo o Procon, as denúncias foram recebidas entre terça (6) e as 9h desta quarta (7).
Dois internautas relataram ao VC no G1 postos que vendiam gasolina acima de R$ 4. Segundo a leitora Maria Helena Moreira dos Santos, o posto que costuma abastecer, na Zona Norte, a gasolina que era vendida a R$ 2,699 passou a custar R$ 4,499 nesta terça-feira. O internauta Sergio Ricardo Pereira dos Santos também encontrou um posto com a gasolina a R$ 4,499.
Pouco depois da prisão na Zona Norte, caminhoneiros faziam manifestação na Marginal Tietê. Segundo a PM, cerca de 40 veículos faziam carreta no sentido da Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte da Casa Verde.
A paralisação
Desde segunda, os motoristas de caminhões-tanque paralisaram as atividades em protesto contra as restrições de circulação na Marginal Tietê e em outras vias do Minianel Viário. Os caminhões estão proibidos de trafegar nessas vias das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta e das 10h às 14h aos sábados.
A categoria alega que a proibição inviabiliza o trabalho dos motoristas. Na terça, a Justiça determinou que os motoristas voltassem ao trabalho, ou os sindicatos poderiam receber multa diária de até R$ 1 milhão. No mesmo dia, um gabinete de crise começou a funcionar para garantir a entrega de gasolina, diesel e etanol. Caminhões saíram de refinarias escoltados pela PM. Um dos primeiros lugares a receber combustível foi o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
Fonte: G1