Em mais uma tentativa de reaproximação com as centrais sindicais, o governo da presidente Dilma Rousseff aceitou ontem reabrir as negociações sobre o fim do fator previdenciário, mecanismo que inibe aposentadorias precoces pelo INSS. Após reunião de representantes das centrais, no Palácio do Planalto, com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Manoel Dias (Trabalho) e Garibaldi Alves (Previdência), o presidente da CUT, Vagner Freitas, comemorou a mudança de postura do governo.
O Planalto adianta, porém, que só aceita o fim do fator se for aprovado outro mecanismo que proteja o sistema previdenciário. – Para nós, é extremamente importante. Qual vai ser o desfecho da negociação, não sabemos. Mas o fim do fator é uma das nossas principais reivindicações, e não estávamos conseguindo que isso viesse para a pauta de negociação – disse Freitas. Debate sobre nova fórmula O governo admite que um dos pontos de partida pode ser a proposta que as centrais apresentaram ainda em 2010, a chamada “Fórmula 85-95”, pela qual as mulheres podem se aposentar quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos. No caso dos homens, 95. – Eu acredito que (a fórmula) é um fator de negociação.
Não há, da parte do governo, nenhuma intenção no fim puro e simples do fator previdenciário. Isso causaria um impacto que não teria sustentabilidade. Portanto, acho que a disposição da mesa de negociação é de encontrar uma fórmula que permita implementar gradualmente, implementar de forma sustentável – disse a ministra Ideli Salvatti, de Relações Institucionais.
Fonte: O Globo