Caminhoneiros realizam na manhã desta segunda-feira protestos em 12 Estados do país, incluindo manifestações na entrada do Porto de Santos (SP) e na BR-163, na região de Cuiabá (MT), importantes vetores para o escoamento da safra agrícola do Brasil.
Contrários à alta dos preços dos combustíveis, os caminhoneiros anunciaram ainda na sexta-feira que promoveriam atos nesta segunda.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, até as 11h20 desta segunda-feira as interdições causadas pelos caminhoneiros atingiam 12 Estados do país, em um total de cerca de 49 manifestações: Minas Gerais (13 paralisações), Bahia (11), Goiás (4), Paraná (4), Espírito Santo (3), Rio de Janeiro (3), São Paulo (3), Mato Grosso do Sul (3), Rio Grande do Sul (2), além de Ceará, Pernambuco e Mato Grosso, cada um com uma interdição.
Na BR-163, principal rota que liga áreas produtoras de grãos de Mato Grosso a terminais ao norte e sul do país, a manifestação ocorre na zona industrial de Cuiabá, segundo a assessoria de imprensa da concessionária que administra da rodovia. Apenas veículos de passeio são autorizados a passar.
Já no Porto de Santos, maior terminal da América Latina, há protestos na entrada das instalações. O movimento é pacífico, não reúne mais que 100 pessoas e não provoca interrupções no fluxo de carretas e outros veículos, disse a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Há ainda ao menos dois protestos na Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, e também na Anhanguera, perto de Americana, no interior paulista, segundo as concessionárias responsáveis por essas estradas.
Procurada, a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), que organiza a greve, registrava ainda interdições no entorno no Distrito Federal, além dos pontos já levantados pela Polícia Rodoviária.
Segundo a assessoria de imprensa da associação, a maior parte das interdições é parcial, ou seja, não fecha completamente as vias.
O movimento cobra do governo reduzir a zero a carga tributária sobre o diesel, principal combustível consumido no país.
Desde que a Petrobras implantou em julho passado um sistema de reajustes mais frequentes de preços dos combustíveis, para refletir cotações internacionais do petróleo e do câmbio, tanto o diesel quanto a gasolina tiveram aumentos de quase 50 por cento nas refinarias da empresa.
A greve dos caminhoneiros acontece enquanto a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa os donos de postos, apela por mudanças tributárias, afirmando que a política de preços da Petrobras está causando prejuízos ao setor.
A última vez que os caminhoneiros promoveram protestos em âmbito nacional foi no início de 2015, quando exigiram redução de custos com combustível, pedágios e tabelamento de fretes.
Fonte: Exame