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ago/2012

Greve é ampliada na cidade

Funcionários do Judiciário e da Polícia Rodoviária aderem ao movimento; após três meses de paralisação, docentes da UFJF têm nova assembleia hoje

Viaturas da PRF foram estacionadas "de costas" em protesto

Após exatos três meses da greve dos professores federais, 71 dias do movimento iniciado pelos técnico-administrativos da UFJF e 14 dias de paralisação dos funcionários da Polícia Federal, a articulação na cidade ganha força com adesão de mais categorias. Ontem, os servidores da Justiça Federal, Justiça do Trabalho e Justiça Militar, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Juiz de Fora, se incluíram ao movimento nacional grevista em busca de valorização, melhorias na remuneração e nas condições de trabalho.

Alegando a impossibilidade de fracionar o efetivo considerado reduzido, os servidores da PRF na cidade informaram, em nota, que os plantões seguem normalmente, mas os acidentes nas rodovias federais só terão atendimento no local se tiverem vítima ou provocarem interdição das estradas. “Todos os boletins de acidente de trânsito ficarão sem finalização, não sendo possível aos usuários o acesso a eles. Os policiais rodoviários federais também deixarão de fazer, até segunda ordem, serviços de escolta às cargas superdimensionadas e sinalização para retirada de veículos acidentados. Convocações para operações, cursos e atividades extras ao plantão também não serão atendidas.” Como forma de protesto, as viaturas foram estacionadas “de costas” para a rodovia.

A greve do Judiciário Federal tem o objetivo de pressionar o Governo a abrir negociação com a categoria. Segundo o coordenador do conselho fiscal do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (Sitraemg) na cidade, Alexandre Magnus, a categoria não quer prejudicar a população e, por enquanto, vai manter os serviços essenciais e as audiências. “Mas a prioridade será dada aos alvarás de natureza alimentar. Os alvarás da União começarão a ficar represados. O intuito é provocar a negociação, já que a presidente Dilma ainda não sinalizou nenhuma proposta.” Hoje haverá piquete na porta da Justiça do Trabalho.

Conforme o funcionário da Justiça Militar Federal Mário Alves, uma manifestação conjunta de trabalhadores de diversas instituições federais foi marcada para a próxima quinta-feira, como forma de mostrar à população que a insatisfação é generalizada. Haverá participação do Judiciário, dos servidores e estudantes da UFJF, dos funcionários dos ministérios públicos Federal, Militar e do Trabalho, além da Defensoria Pública Federal.

Polícia Federal

Policiais federais de Minas fizeram protesto ontem em Belo Horizonte contra o sucateamento e o controle político da corporação. Em outros estados e também no Distrito Federal, os servidores fizeram manifestação e reduziram a fiscalização nos aeroportos. Em nota, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Minas Gerais (Sinpef/MG), Renato Deslandes, afirmou: “A mensagem que queremos passar diz respeito ao sucateamento e desvalorização da Polícia. Por que houve queda nas operações de combate à corrupção?”. De acordo com o representante do Sinpef em Juiz de Fora, Robson Carneiro da Silva, o maior impacto na cidade refere-se à redução na emissão de passaportes. No entanto, ele reforça que pedidos urgentes estão sendo atendidos.

Professores da UFJF têm assembleia hoje

Nesta manhã, os docentes da UFJF se reúnem para decidir os rumos da greve. O movimento já completa três meses e, conforme o presidente da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Rubens Luiz Rodrigues, a assembleia vai avaliar a contraproposta encaminhada pelo comando nacional de greve. “A orientação do movimento nacional é para referendarmos e tentarmos a reabertura da negociação. Pela intransigência do Governo, a indicação é de continuidade, mas amanhã (hoje) os professores vão avaliar se vale a pena continuar o movimento e se há condições de preservar o processo de greve.”

Com uma diferença apertada (34 votos a 30), os técnico-administrativos da UFJF rejeitaram ontem a proposta do Executivo. O Governo manteve a proposta de reajuste de 15% escalonado em três anos a partir de 2013 e ampliou o reajuste de step (crescimento na carreira) para 3,7% em 2013 e 3,8% em 2014. No entanto, os funcionários ainda lutam por mais incentivo à qualificação e esperam melhorias nos valores.

Segundo informações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), docentes de 57 universidades mantêm a greve. Parte dos professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiu suspender o movimento, mas ainda não há definição de quando as aulas recomeçam. A decisão foi anunciada na última quinta-feira pelo Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc). No entanto, docentes ligados ao Andes só votarão a proposta de fim da paralisação no fim desta semana.

Nada mais que 15,8%

As três reuniões do Ministério do Planejamento com servidores em greve realizadas ontem terminaram com a oferta de reajuste de 15,8% a diferentes categorias e com o agendamento de novos encontros, para que a pasta apresente os ajustes solicitados pelos sindicalistas, que também precisam levar as propostas às bases. Representantes das carreiras do Fórum de Ciência e Tecnologia, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) retornam ao Planejamento amanhã para uma segunda rodada de discussões, mas já anunciaram que consideram baixo o percentual ofertado, que será dividido ao longo de três anos.

Fonte: Tribuna de Minas

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