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jul/2012

Há apenas 20 patrulheiros nos 211 km da BR-101

A categoria nega que esteja de “braços cruzados”, mas sindicalistas não descartam uma paralisação no mês de agosto. | Foto: Bruno Eduardo Alves

Patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), através do sindicato da categoria e da Federação Nacional estão mobilizados e exigem das autoridades melhorias na qualidade da segurança pública oferecida no país. Ao longo da Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), no último fim de semana, usuários chegaram a ter a sensação que em alguns postos não haviam patrulheiros. Como exemplo, segundo o sindicato, apenas de 17 a 20 patrulheiros seriam responsáveis pelo policiamento da BR-101 por mais de 200 km, entre a Ponte Rio-Niterói e a divisa com o estado do Espírito Santo.

A categoria nega que esteja de “braços cruzados”, mas sindicalistas não descartam uma paralisação no mês de agosto. Na manhã de ontem, o trabalho transcorria normalmente desde a Delegacia da Ponte Rio-Niterói (2ªDPRF)e ao longo da BR-101, mas com menor efetivo.

Segundo o Sinprf/RJ, os patrulheiros federais passaram a usar faixas brancas nos braços, em sinal de alerta como forma de protesto e faixas serão afixadas nas unidades da Polícia Rodoviária Federal com as reivindicações da categoria: aumento do efetivo, melhorias físicas das instalações e melhores condições de trabalho.

As reivindicações estão diretamente ligadas ao aumento da segurança para a população. No Brasil muitos postos da PRF estão sendo fechados por falta de policiais. No dia 26 de julho ocorreu uma nova reunião entre a categoria e o governo sobre a reestruturação da PRF.

Marcelo Novaes, presidente do Sinprf/RJ e ligado à Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf) revelou ontem que o efetivo da PRF no Estado reflete a situação em todo o território nacional. “Temos um efetivo no estado de cerca de 600 patrulheiros, mas pelo menos entre 150 a 200 homens trabalham administrativamente, e apenas 450 estão na ativa nas rodovias. De acordo com estudos, estamos longe do ideal, já que há uma necessidade de pelo menos 1.200 patrulheiros”, explicou.

Novaes enumerou ainda que 750 aprovados de um concurso público, realizado em 2009, estão sendo agregados ao quadro nacional da PRF, mas apenas 30 homens serão incorporados no Estado do Rio. “É muito pouco. O quadro nacional da PRF deveria ter na ativa 13.098 homens, mas atualmente tem uma defasagem de mais de 4 mil patrulheiros, ou seja, tem 9.100. O governo acena com mais dois concursos nos próximos dois anos, para 1.500 vagas”, explicou , deixando claro que a situação é preocupante.

“Com uma malha rodoviária federal em torno de 1.500 km, para apenas 8 delegacias, por exemplo, hoje temos a 2ªDPRF, sediada junto à praça do pedágio, para cobrir o trecho desde o fim da Ponte (Caju, no Rio) até o km 123, em Campos dos Goitacazes. São 80 patrulheiros no total para isso. Mas com os casos de férias ou licença, e a escala, esse número cai para 17 ou 20 por dia. Falta reestruturação na nossa carreira, e a população precisa tomar conhecimento. Mais 30 ou 50 policiais não resolvem nada. Vale lembrar a proximidade de eventos de grande porte como as Olimpíadas (2.016) e a Copa do Mundo (2.014). Há necessidade de pessoal, e não adiante transferir e desguarnecer outros estados”, explicou Novaes.

Fonte: A Tribuna


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