A atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no enfrentamento aos baderneiros que se infiltraram nas manifestações populares realizadas nesta sexta-feira (21), na rodovia federal BR-040, nos municípios goianos de Valparaíso e Luziânia, região do entorno do Distrito Federal, foi um fiasco e, ao mesmo tempo, digna de louvor.
É de conhecimento público que em todas as manifestações ocorridas pelo país nos últimos dias, grupos de vândalos oportunistas vêm cometendo atos ilícitos e, de forma geral, escondem-se dentro da grande massa de pessoas decentes que fazem seus protestos de forma pacífica e ordeira. E, nesta manifestação não foi diferente, lamentavelmente, vândalos depredaram o patrimônio público e o de terceiros, sendo objeto de notícia em rede nacional.
E o que dizer da atuação da Polícia Rodoviária Federal durante o episódio? São duas vertentes: a dos dirigentes (chefes) e a dos POLICIAIS da ponta.
Os dirigentes tinham todas as informações prévias necessárias ao planejamento das medidas a serem tomadas diante do comportamento ilegal de parte dos manifestantes. No entanto, preocuparam-se apenas em formatar o discurso (no modo somente leitura) de que a força deveria ser empregada somente em casos extremamente excepcionais (e devidamente registrados em fotografias e vídeos).
Em primeiro lugar, de que força estariam falando? Dos cerca de (06) SEIS policiais rodoviários federais (PRFs) que tinham equipamentos de proteção individual que os possibilitavam fazer o uso da força? Deveriam esses PRFs agir contra um grupo de mais de MIL arruaceiros, inseridos no meio de cerca de CINCO MIL manifestantes? Acredita-se que usar a força em tais circunstâncias não é prudente.
A segunda opção de força era o uso da Força Nacional, que disponibilizou mais de 50 policiais de seu grupamento de choque para, se houvesse necessidade, apoiasse a manutenção da ordem no âmbito das rodovias federais que cortam o DF e entorno.
O outro quesito para o emprego da “força” seria a extrema necessidade. E o que seria a extrema necessidade?
Foram OITO ônibus queimados, passageiros feridos, placas de sinalização e imóveis públicos e particulares danificados. Seria isso suficiente para a caracterização da necessidade de chamamento da Força? Acredita-se que não. Aliás, tem-se a certeza de que não. Pois, o limite do tolerável já havia sido transposto há muito. Já era tarde. Os vândalos ou bandidos já tinham se realizado. Estavam contentes com o seu desempenho. Já podiam ir embora e descansar, enquanto os PRFs que lá estavam, tentavam amenizar a incompetência e a inércia de seus dirigentes.
Era tudo previsível. E o comando da PRF regional sabia disso. E nada fez.
E o que esse comando poderia fazer? Ora, como dito, foram disponibilizados mais de 50 homens da Força Nacional para APOIO à PRF. E porque esse contingente não foi utilizado em tempo hábil? NÃO SE TEM ESSA RESPOSTA.
E é pelo fato de não a ter que vêm à cabeça várias ilações. Não há por que tentar descrevê-las, pois, seria difícil compreendê-las.
A PRF não tinha efetivo adequado ante dimensão da manifestação e pior ainda, ante a quantidade de vândalos infiltrados, mas os policiais que lá estavam fizeram o possível. Mesmo assim, a população ordeira, os trabalhadores que voltavam para casa, todos ficaram com o prejuízo.
A atuação do comando regional da PRF foi um fiasco. Não protegeu a população. Não protegeu o patrimônio público e o particular. Ah! Também não protegeu seus heróis policiais que lá estavam.
Heróis!? Sim, esses POLICIAIS RODOVIÁRIOS FEDERAIS foram verdadeiros heróis. Por mais de 5 horas tentaram amenizar a situação, conseguiram desobstruir alguns pontos de bloqueio e lutaram pela manutenção da ordem.
Esses POLICIAIS negociaram e, diante da desordem promovida pela corja de vândalos, agiram. Apoiados por contingente ordinário da Polícia Militar do Estado de Goiás, fizeram milagres, ou quase.
Mas as forças não eram suficientes, então foi necessário chamar o APOIO dos 50 militares da Força Nacional. E isso foi feito. E eles foram. Um pouco atrasados, mas foram. Falaram em negociação. Mas, negociar após o caos? Se, antes do pandemônio eles lá estivessem, ter-se-ia evitado mais prejuízo à sociedade e risco aos PRFs que, bravamente, se impuseram. Mas, ao menos, eles foram.
A atuação dos PRFs que lá estavam foi digna de LOUVOR. Foram heróis. Fizeram muito, muito mais do que tinham como dever. E serão reconhecidos? Sim, tem-se a certeza de que serão.
Esses POLICIAIS, com certeza, receberão do comando regional (daquele comando, daquele citado antes. É, daquele omisso.) um parabéns pelo serviço realizado. Um parabéns por terem dado conta do recado. Um parabéns porque foram SÓ 8 ÔNIBUS QUEIMADOS.
Porém, eles não querem os parabéns do chefe. Estão satisfeitos, não pelo resultado, mas pela atuação que tiveram, pois, sabem que fizeram o que estava ao alcance e, em muitos momentos, até o que não estava.
Eles estão satisfeitos não pela EXCELENTE ATUAÇÃO (ou seria OMISSÃO?), mas porque estão com a consciência tranquila por terem feito a parte que lhes cabiam e podiam. E GRAÇAS A DEUS todos os PRFs que lá estavam, estão bem.
Sabe-se que a Polícia Rodoviária Federal é uma instituição querida pela sociedade brasileira. Ela é querida porque seus POLICIAIS são heróis no dia a dia. Seus POLICIAIS são unidos. Cuidam uns dos outros para, assim, poderem cuidar da sociedade. É para a sociedade que eles devem satisfação maior.
É para essa sociedade que o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais (SINPRF/DF), em nome da categoria, pede desculpas pelo fato dos PRFs que lá estavam, não terem conseguido impedir por completo a ação dos vândalos de plantão.
Espera-se que da próxima vez, o chefe da PRF no DF aja com mais planejamento, previsão e eficiência.
Fonte: SINPRF/DF