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maio/2014

Reajustes podem resultar em tarifaço de até R$ 46 bilhões em 2015

Se houver o tarifaço que muitos economistas prevêem para 2015, os brasileiros vão arcar com uma fatura pesada. A conta virá por meio dos reajustes dos preços represados da energia elétrica e dos combustíveis e pode variar entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB), algo entre R$ 23 bilhões e R$ 46 bilhões. Na pior das hipóteses, o desembolso equivalerá a quase o dobro dos R$ 25 bilhões gastos por ano com o Bolsa Família.

Esses números foram apresentados por representantes do governo a Tony Volpon, economista-chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes da Nomura Securities em Nova York. Ele esteve em Brasília há pouco mais de uma semana e conversou com técnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Volpon citou os encontros em um relatório distribuído a clientes da instituição financeira.
Na avaliação do economista, não é à toa que o represamento dos preços administrados pelo governo Dilma Rousseff têm causado tanta comoção nos mercados, e entrou de vez no discurso dos candidatos à Presidência da República. Todos sabem que não haverá escapatória, seja quem for o vencedor das urnas em outubro próximo.

No mercado, há quem defenda que a fatura seja repassada à sociedade de uma vez só, mesmo que o impacto no custo de vida seja elevado. É o caso de Armínio Fraga, cotado para ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Aécio Neves (PSDB). No entender de Armínio, num primeiro momento, a inflação subiria, mas, logo depois, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairiam, porque os investidores teriam a confiança de que não seriam surpreendidos por políticas artificiais de contenção das tarifas públicas.

No caso de reeleição de Dilma Rousseff, a tendência é de recomposição gradual dos preços das energia, da gasolina e do diesel. Ela deixou isso claro em pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê às vésperas do Primeiro de Maio. Parte da conta das tarifas públicas será paga, no entanto, de forma indireta, como vem ressaltando o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A ideia é aumentar impostos de bens de consumo. Ou seja, em vez cobrar o reajuste direto na conta de luz, o governo sustentaria subsídios à energia por meio do Tesouro Nacional, que engordaria o caixa com mais tributos.

Fonte: Correio Braziliense

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