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abr/2014

Remédio em desenvolvimento no Brasil pode combater o Parkinson

Medicamento da Universidade de São Paulo se mostra capaz de combater os tremores que costumam acompanhar a doença. Testes em humanos podem começar este ano

Um medicamento que combate efeitos colaterais do tratamento do mal de Parkinson poderá ser colocado à venda no Brasil a partir de 2016. A droga está em fase de desenvolvimento na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, no interior do estado. Já foram feitos testes em ratos. Na etapa atual, os experimentos são realizados em macacos. “É a última parte da pesquisa antes de passarmos às provas com seres humanos”, diz a professora Elaine Del-Bel, do Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia da universidade.

O medicamento em teste reduz os tremores, que ocorrem principalmente nas mãos, em pacientes com a doença. A droga auxilia o organismo a evitar a perda de neurônios que produzem uma substância responsável pela comunicação entre as células nervosas. Os efeitos do tratamento, conforme a professora, geralmente aparecem entre quatro e 10 anos de uso da droga que combate a doença. A expectativa de Del-Bel, doutora em farmacologia, é que os testes em humanos comecem entre seis meses e um ano.

Os movimentos involuntários anormais e repetitivos do corpo, presentes no Parkinson, são chamados de discinesias. Estudos apontam que essa disfunção pode ser controlada com a regulação do neurotrasmissor óxido nítrico, um gás que atua na comunicação entre neurônios e está presente no sistema nervoso central nas regiões do cérebro afetadas pela doença. Tanto o óxido nítrico quanto a dopamina, outro neurotrasmissor, agem em conjunto para que os movimentos do corpo sejam realizados devidamente. Em pessoas com Parkinson, há uma diminuição progressiva dos neurônios ligados à dopamina, afetando os movimentos. O tratamento atual consiste, principalmente, em um medicamento à base de L-Dopa, substância precursora da dopamina, ou seja, o paciente recebe o remédio, e o organismo transforma a substância no neurotransmissor dopamina, melhorando os sintomas da doença de Parkinson (lentidão dos movimentos, dificuldade de caminhar, etc.).

Fonte: Correio Braziliense

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