O governo desembolsou mais de R$ 19,4 milhões no treinamento de 1.183 policiais rodoviários federais aprovados no último concurso, de acordo com cálculos da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) – ou R$ 10,9 milhões, segundo o Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Esse pessoal deveria ser convocado pelo menos 10 dias após o fim do curso de formação, que terminou em 23 de maio, para trabalhar na segurança das estradas durante a Copa do Mundo. No entanto, a abertura oficial do evento será hoje e nenhum dos novatos da PRF assumiu o posto.
O reduzido efetivo, de uma corporação que já contou com uma tropa de 13 mil policiais, e agora tem apenas 10 mil, pode comprometer a segurança em Estados onde não haverá jogos. “O cobertor é pequeno. Remover policiais de outros locais para colocá-los nas 12 cidades-sede, sem substituí-los, causa uma fragilidade na segurança. Mesmo que o governo alegue que pode usar as Forças Armadas, algumas estradas continuarão descobertas. Os militares são preparados para a guerra e não para a fiscalização”, analisou o presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti.
Além disso, ressaltou Cavalcanti, o governo está acumulando despesas que poderiam ser evitadas. Ele lembrou que os dados discriminados no Orçamento da Polícia Rodoviária comprovam que foram gastos, até agora, mais de R$ 820 mil com remoções de policiais- cerca de 59% do total disponível para essa rubrica, de R$ 1,4 milhão. A interpretação da FenaPRF, diante dos números, é de que, no médio prazo, ficaria bem mais barato convocar os aprovados.
Muitos dos concursados de 2013 temem que a convocação não ocorra até 5 de julho, prazo final para contratação de pessoal, em ano de eleição. Há também um outro problema. “Alguns alunos que entraram para o curso de formação chegaram a pedir demissão dos empregos, na esperança de começar logo a trabalhar. Esse deveria ser um momento de aproveitar o gás novo e fortalecer a segurança. Já nos reunimos várias vezes com técnicos do Ministério do Planejamento. A resposta é sempre difusa. Não nos dizem se vai ou não haver as contratações”, contou o presidente da FenaPRF.
O Departamento de Polícia Rodoviária Federal informou que tem total interesse em convocar os concursados e que está trabalhando para que não haja prejuízo das atividades rotineiras em nenhuma região do país. Por meio da assessoria de imprensa, fez questão de frisar que “todo o processo está dentro dos prazos legais” e que só aguarda a liberação do Planejamento.
O Ministério do Planejamento, de forma lacônica como de costume, por meio de nota, informou que “o pedido de provimento de cargos do concurso da Polícia Rodoviária Federal encontra-se em análise’ e que “as nomeações ocorrerão conforme as condições orçamentárias e dentro do período de validade do certame”.
Fonte: Blog do Servidor