Acertar as contas com o Leão pode se tornar uma tarefa árdua para quem precisa ir pessoalmente à Receita Federal. Além do excesso de burocracia, uma reclamação constante dos contribuintes, os cidadãos têm que lidar com a falta de vagas disponíveis para regularizar a situação do Imposto de Renda e retirar o nome da malha fina. Só no Distrito Federal, onde há dois grandes postos de atendimento, simplesmente não há mais horários para os próximos seis meses. O problema não se restringe à capital federal e já obriga o Fisco a tomar medidas para virtualizar todos os processos possíveis com o intuito de aliviar o sistema.
Quando o contribuinte tem como provar que possui uma justificativa para o dado informado na declaração e questionado pelo Fisco, deve agendar, por meio do portal da Receita na internet, a visita à unidade regional do órgão. O sistema oferece então, segundo o delegado da Receita Federal em Brasília, Adalberto Sanches, datas nos próximos seis meses. Quem procurar um horário no Distrito Federal, no entanto, verá que não existe há nenhum, salvo se ocorrer alguma desistência ou acréscimo.
Prioritários
As pessoas com atendimento prioritário não necessitam de agendamento para serem atendidas, mas, como são numerosas, acabam diminuindo o número de vagas disponibilizadas diariamente para as não prioritárias. A delegacia não soube informar quantas pessoas estão sujeitas ao atendimento especial.
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Mesmo quando se é prioridade, no entanto, a situação permanece difícil. Na sala de espera do órgão regional, muitos idosos aguardam horas pelo atendimento, conforme verificou o Correio na tarde de ontem. Há sete meses, o militar reformado Antônio José Lopes, 79 anos, veio de Caldas Novas a Brasília para tentar resolver antecipadamente a pendência na Receita relativa à declaração de 2011: provar que o filho maior de 21 anos, que recebe pensão, está matriculado na faculdade. Quando foi atendido, frustrou-se. “Disseram-me para esperar a intimação ou aguardar que as declarações deste ano acabassem para tentar novamente. Não tinha nenhuma vaga”, explicou.
Fonte: Correio Braziliense