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set/2012

Assembleias de carteiros

Cerca de um ano após a última paralisação, os  trabalhadores dos Correios ameaçam cruzar os braços novamente a partir  de amanhã. Hoje, os 33 sindicatos que representam os funcionários da  estatal devem realizar assembleias para votar a greve. Em Minas Gerais e  no Pará, as atividades já foram suspensas na semana passada. Caso os  funcionários optem pela paralisação, a Federação Nacional dos  Trabalhadores dos Correios (Fentect) já alertou que os serviços de  entrega, atendimento e triagem — separação de cartas e descarregamento  dos caminhões — ficarão prejudicados.

Os funcionários reivindicam  reposição de pessoal por meio de concursos, melhorias nas condições de  trabalho e aumento salarial. Eles exigem o índice de  43,7%, que seria  necessário para repor, segundo a Fentect, as perdas salariais acumuladas  desde o Plano Real, em 1994, mais a reposição da inflação desde agosto  do ano passado — quando houve o último reajuste, de 6,87% — e ainda  proporcionar aumento real de 5%. A estatal estima que o atendimento  integral da pauta dos funcionários geraria um impacto de R$ 25 bilhões  na folha de pagamento, que hoje é de R$ 8 bilhões.

O percentual  reivindicado é bastante superior aos 5,2% oferecidos pelos Correios  durante as reuniões de negociação, que ocorrem desde julho. O reajuste  proposto elevaria o salário-base inicial de nível médio, hoje de R$  942,45, para R$ 991,77, o que geraria um impacto de R$ 425 milhões em  2013. Se somado o adicional de atividade que os carteiros recebem, o  vencimento subiria para R$ 1.289,30. Segundo a assessoria de imprensa da  Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), nos últimos nove  anos os trabalhadores da estatal tiveram até 138% de reajuste salarial,  dos quais 35% de aumento real. Hoje, a empresa conta com 120 mil  trabalhadores.

Atrasos
Caso os funcionários optem pela greve a  partir do dia 19, a ECT já divulgou que tem alternativas para abrandar  os impactos e evitar transtornos como os registrados durante os 28 dias  de paralisação dos trabalhadores dos Correios em 2011, quando várias  pessoas foram prejudicadas por atraso nas correspondências. Segundo a  empresa, se necessário, poderá haver realocação de empregados das áreas  administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de  horas extras e mutirões para triagem e entrega de cartas e encomendas  nos finais de semana.

Fonte: Correio Braziliense

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