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out/2012

SP: Trecho da Rodovia Régis Bittencourt vira risco para caminhoneiros

Sindicato diz que 130 caminhões foram saqueados no último ano. Polícia Rodoviária Federal reforçou policiamento no local.

Flagrantes de ataques criminosos aos caminhoneiros, que viajam entre São Paulo e Curitiba, pela rodovia Régis Bittencourt, são registrados em plena luz do dia. Os bandidos se aproveitam dos congestionamentos pra agir. E muitos desses crimes acontecem na região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.

Os acidentes deram à Régis Bittencourt o apelido de rodovia da morte, mas agora, o perigo na estrada está na hora que os caminhões param. No meio do congestionamento, pedestres param na pista e os motoristas ficam apreensivos. “É assalto, saqueamento de carga. Deu fila, é assalto”, afirma o motorista Gustavo Gustmann.

Na fila de caminhões, o flagra de um ataque de ladrões. A porta traseira do baú de um caminhão é aberta, e um jovem sai do meio da pista carregando uma caixa. Ele vai para o acostamento, pula a mureta e desce no meio do mato. Logo atrás vão dois ladrões. Na pressa, um deles quase é atropelado.

O quarto ladrão foge por um morro, do outro lado da via. O caminhoneiro assaltado fica sem saber o que fazer. “A gente estava parado aqui, escutei balançar o caminhão e o menino falou que estão arrombando o baú. Estou parado na fila, vou para onde?”, diz o caminhoneiro Marco Antônio Ferraz.

O assalto aconteceu no distrito de Barnabé, em Juquitiba, o último bairro antes da Serra do Cafezal. Segundo os motoristas, o perigo começa neste ponto e se estende por mais 10 quilômetros na estrada.

O bairro do Engano, em Miracatu, no interior do estado, fica à beira da rodovia. E, segundo a polícia, é um dos pontos de maior risco de ataques a caminhões. Nos últimos dois meses houve ao menos dez arrastões no local.

Perto do bairro do Engano, outro flagrante. Três rapazes sobem o morro com uma ferramenta na mão. Do alto, observam o movimento da rodovia. Quando o trânsito para, dois vão para a pista, mas retornam quando avistam três carros da Polícia Rodoviária Federal. Os policiais passam direto, mas voltam e sobem o morro atrás dos suspeitos. Eles só encontram uma ferramenta. “Isso é um vergalhão, um material de construção, e através da alavanca ele força e estoura o cadeado para acessar o baú e roubar as mercadorias”, diz o inspetor da Polícia Federal Ricardo de Paulo.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas, 130 caminhões foram saqueados no ano passado no trecho de São Paulo da Rodovia Régis Bittencourt. Neste ano, a polícia registrou ao menos 40 casos.

Só neste mês de outubro, a Polícia Rodoviária Federal enviou 12 novos patrulheiros para a estrada. “A maior dificuldade é pegar o flagrante. esses garotos estão aqui e vivem as margens da rodovia, quando a gente está chegando eles veem a gente de longe”, explica o policial.

Fonte: G1

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